Luís de Camões, em Os Lusíadas, canto VI, fala-nos assim da chegada de Vasco da Gama a Calecute, a 20 de maio de 1498:
Já nos mares da Índia, e enxergavam
Os tálamos do Sol, que nace ardente;
Já quási seus desejos se acabavam;
Mas o mau de Tioneu, que na alma sente
As venturas que então se aparelhavam
À gente Lusitana, delas dina,
Arde, morre, blasfema e desatina.
(...)
Esta é, por certo, a terra que buscais
Da verdadeira Índia, que aparece;
E se do mundo mais não desejais,
Vosso trabalho longo aqui fenece.»
Sofrer aqui não pôde o Gama mais,
De ledo em ver que a terra se conhece;
Os giolhos no chão, as mãos ao Céu,
A mercê grande a Deus agardeceu.
Séculos depois, Gonçalo M. Tavares, em 2010, publica a sua monumental Viagem à Índia (A BE empresta). O mesmo episódio, assim contado:
Índia! Índia! Índia
Ao seu lado direito um homem
tem a Índia, esse enorme país.
Eis que Bloom procurara,
e eis que as coisas grandes chegam de forma simples.
Não houve festa, ninguém gritou,
Cheguei à Índia, Mary.
Cheguei à Índia, pai.
Bloom dobrou-se no seu banco
e penando no pai e em Mary, chorou.
Em 1998, para comemorar os 500 anos, inaugurou-se a EXPO.
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