20/05/2015

ÍNDIA

  Luís de Camões, em Os Lusíadas, canto VI, fala-nos assim da chegada de Vasco da Gama a Calecute, a 20 de maio de 1498:

   As ondas navegavam do Oriente,
   Já nos mares da Índia, e enxergavam
   Os tálamos do Sol, que nace ardente;
   Já quási seus desejos se acabavam;
   Mas o mau de Tioneu, que na alma sente
   As venturas que então se aparelhavam
   À gente Lusitana, delas dina,
   Arde, morre, blasfema e desatina.


   (...)

   Esta é, por certo, a terra que buscais
   Da verdadeira Índia, que aparece;
   E se do mundo mais não desejais,
   Vosso trabalho longo aqui fenece.»
   Sofrer aqui não pôde o Gama mais,
   De ledo em ver que a terra se conhece;
   Os giolhos no chão, as mãos ao Céu,
   A mercê grande a Deus agardeceu.



   Séculos depois, Gonçalo M. Tavares, em 2010, publica a sua monumental Viagem à Índia (A BE empresta). O mesmo episódio, assim contado:

    Índia! Índia! Índia
    Ao seu lado direito um homem
    tem a Índia, esse enorme país.
    Eis que Bloom procurara,
    e eis que as coisas grandes chegam de forma simples.
    Não houve festa, ninguém gritou,
    Cheguei à Índia, Mary.
    Cheguei à Índia, pai.
    Bloom dobrou-se no seu banco
    e penando no pai e em Mary, chorou.

     Em 1998, para comemorar os 500 anos, inaugurou-se a EXPO.

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