O hitleriano, que barafusta.
O solícito, que dirige o trânsito.
O maníaco fala-só.
O idiota que se baba,
explicado pelo psiquiatra gago,
O legatário de outros,
o que nos governa.
O depressivo que salva
o mundo. Aqueles que o destroem,
E há sempre um
(o mais intratável) que não desiste
e escreve versos.
Não gosto destes loucos,
(Torturados pela escuridão, pela
morte?)
Gosto desta velha senhora
que ri, manso, pela rua,
de felicidade.
António Osório, A ignorância da morte
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