Stefan Zweig é um autor que nada, ou quase nada, diz às gerações mais novas. Em 1929 escreveu esta novela que nos fala de um alfarrabista, Mendel, de ingratidão, de ignorância, da I Guerra, de perseguição e, principalmente, de uma paixão por livros ilimitada:
Vi-o de imediato em pessoa, como ele se sentava sempre a uma mesinha quadrada coberta por um tampo de mármore de um sujo acinzentado, que estava sempre repleto de livros e escritos. Como ele se sentava ali, persistente e imperturbável, com o olhar, que, atravessando os óculos, cravava hipnoticamente num livro, como ele se sentava ali e, sussurrando e resmungando, durante a leitura, oscilava para a frente e para trás o seu corpo e a calva mal polida e manchada (...) Ali, naquela mesa e apenas naquela mesa lia os seus catálogos e livros (...) E de facto aquele Jakob Mendel não via e não ouvia nada do que acontecia à sua volta. (...) Pois, lia como os outros rezam, como os jogadores jogam e os bêbados, atordoados, olham para o vazio, lia com uma concentração tão comovente que, desde aquele momento, todo o tipo de leitura feita por outra pessoa me parecia sempre qualquer coisa de profano.
Por 6,93 €, umas horas de boa leitura, visto que a BE não empresta, ainda...
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