William Wordsworth foi um dos mais famosos poetas românticos ingleses, um dos chamados Lake poets, já aqui referido quando escrevemos sobre outros temas. Dele é o famoso poema sobre um campo de narcisos.
A irmã, Dorothy, de quem o poeta dizia num poema, She gave me eyes, she gave me ears, mantinha um diário muito pormenorizado sobre as suas viagens e as suas vidas. Por ela sabemos que, no dia 31 de julho de 1802, os dois irmãos saiam de Londres para viajar para Calais e que, quando atravessavam a ponte de Westminster, a luz da manhã os impressionou:
we left London on Saturday morning at 1⁄2 past 5 or 6, the 31st July (I have forgot which) we mounted the Dover Coach at Charing Cross. It was a beautiful morning. The City, St pauls, with the River & a multitude of little Boats, made a most beautiful sight as we crossed Westminster Bridge. The houses were not overhung by their cloud of smoke & they were spread out endlessly, yet the sun shone so brightly with such a pure light that there was even something like the purity of one of nature's own grand Spectacles | ” | |
Dorothy Wordsworth, The Grasmere Journal, 31 July 1802,
Essa impressão vai Wordsworth descrevê-la no poema Composed upon Westminster Bridge, September 3, 1802,
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Earth has not anything to show more fair:
Dull would he be of soul who could pass by
A sight so touching in its majesty;
This City now doth, like a garment, wear
The beauty of the morning; silent, bare,
Ships, towers, domes, theatres, and temples lie
Open unto the fields, and to the sky;
All bright and glittering in the smokeless air.
Never did sun more beautifully steep
In his first splendour, valley, rock, or hill;
Ne’er saw I, never felt, a calm so deep!
The river glideth at his own sweet will:
Dear God! the very houses seem asleep;
And all that mighty heart is lying still!
que Jorge Sousa Braga traduziu assim:
Não tem a terra nada mais belo para mostrar
Pobre de espírito seria aquele que pudesse ignorar
esta visão tão comovente na sua majestade
Como um traje veste agora esta cidade
a beleza da manhã. Silenciosas e nuas
torres cúpulas navios teatros catedrais a prumo
erguem-se no céu e estendem-se pelas ruas
brilhantes e reluzentes no ar sem fumo
Nunca o sol se ergueu com tanta alma
por sobre vales rochedos e colinas
nunca vi nunca senti uma tão profunda calma
O rio desliza consoante o seu desejo
Meu Deus o casario parece que dorme
Dorme também aquele coração enorme
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