Quando entramos num estabelecimento, num elevador, numa sala de espera e dizemos: Bom dia!, alguns respondem, outros murmuram e outros ignoram-nos com ar de: Conheço-o de algum lado? O hábito de saudar está em desuso, ao contrário do simpático uso dos nossos vizinhos galegos.
David Rodrigues, no seu último livro de poemas, Estes cantares fez & som escarnhos d' ora, retrata muito bem esta situação:
a sala de espera do laboratório
encontrava-se repleta de utentes
parei pois à entrada e os presentes
saudei com um delicado bondia
ninguém correspondeu à saudação
enganei-me pensei ou fui enganado
dirigi-me de imediato ao balcão
de atendimento e desculpe-me menina
a sala que há instantes me indicou
é destinada apenas a surdos-mudos
Vá lá, não custa nada!
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