Como este verão está chocho, a sugestão de leitura de hoje é de fôlego e interessantíssima. Começar num destes dias de pouco sol, num local agradável, sugere-se o Girassol, e um bloco para notas. Com a mesma estrutura de Os Lusíadas, com os mesmos episódios, mas na atualidade, não fala de um povo, mas de um herói - Bloom - que nos remete para Ulisses, para James Joyce (ainda não consegui ler este...) e para outras referências.
Claro que falamos de Gonçalo M. Tavares e da sua excelente obra Viagem à Índia. Escolhemos alguns excertos para abrir o apetite.
Não falaremos de um povo//que é demasiado e muito.//Falamos apenas de um homem: Bloom.// Bloom abriu os seus dois olhos contraditórios// (um que queria ver o novo, o outro dormir).
Um homem que fale demasiado//é surdo,...
A estética terminou. Ficou o dinheiro.
As mulheres sempre foram mais//minuciosas na vingança - disse Bloom. Folheiam-na// sem saltar uma página. E tratam das unhas//antes de pegar no machado.
... os advogados dele eram tão perfeitos//que pareciam ter sido feitos à mão.
... os pobres não são bons, murmurava o meu pai,//têm é menos dinheiro para exercer a maldade.
Vigiai os crápulas - dizia - e vigiai os homens//que falam manso; há no excesso de fragilidade//exibida a preparação de uma maldade,...
Viera de um país onde metade do dia//mais de metade dos homens fica deitada na cama//a cultivar mentalmente a inveja dos que agem// e se levantam;...
Abriu-se o apetite? A BE empresta.
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