BIOGRAFIAS

  Na política nacional, se começarmos cronologicamente, podemos começar por D. Afonso Henriques biografado por Diogo Freitas do Amaral e José Mattoso e o já referido D. Pedro V. A “lei da rolha” e toda a política de uma época é retratada em Duque de Ávila e Bolana, José Miguel Sardica. A história da clandestinidade, principalmente do PCP, as prisões, a oposição estão esplanadas nos vários volumes de Álvaro Cunhal, de José Pacheco Pereira, a que se deve aliar, entre outros, Foi assim, Zita Seabra. Sobre os períodos antes e pós 25 de Abril, é necessário ler diferentes abordagens e compará-las, o que nos permite perceber algumas coisas que vivemos. Sobre o tema - Soares, Maria João Avillez, Um político assume-se, Mário Soares, Quase memórias, Almeida Santos, Ao correr da memória, Diogo Freitas do Amaral, Capitão de Abril, capitão de Novembro, Sousa e Castro, Marechal Costa Gomes, Luís Nuno Rodrigues, Autobiografia política, Aníbal Cavaco Silva e Snu e a vida privada com Sá Carneiro, Cândida Pinto. E Salazar, muitos.

No plano internacional Winston Churchill e John F. Kennedy sempre fascinaram como políticos. Do primeiro, a leitura de Churchill: uma vida, Martin Gilbert aumenta esse fascínio, ao contrário de An unfinished life, Robert Dallek, sobre JFK. Uma biografia politicamente correcta, publicada há anos, por Schlesinger, é contrariada, agora, por esta última que nos mostra um político com muitos vícios e manhas. Abala um pouco. Continuando com os grandes líderes, Lenine, Robert Service, Staline, Jean-Jacques Marie e Mao: the unknown story, Jung Chang, John Holliday. Da primeira, para além do retrato da queda dos czares e da revolução russa, nada mais há a dizer. A terceira, a maldade, o cinismo, o poder, a tirania de Mao custam tanto a ler e a digerir que sua leitura tem de ser  interrompida durante algum tempo e retomada depois de se tomar fôlego. Os três imperadores, Miranda Carter mostra-nos como Jorge V, Guilherme da Alemanha e Nicolau da Rússia foram criados, mimados e idolatrados, com um final pouco feliz para a Europa e para os dois últimos.

(continua)