30/07/2015

BELEZA A QUANTO OBRIGAS!

  Com apenas 33 anos, morria Elizabeth Eleanor Siddal, nascida a 25 de julho de 1829. Modelo, poeta, artista, Lizzie foi a inspiração de muitos poetas e pintores. A sua longa cabeleira ruiva e a sua palidez foi retratada, entre outros por Millais, um dos pré-rafaelistas, que a retratou como Ofélia, o que a levou a contrair uma pneumonia, uma vez que Lizzie tinha de estar mergulhada numa banheira, ao frio.


  Elizabeth Siddal, em 1849, encontra Dante Gabriel Rossetti, outro pré-rafaelista, crescendo entre eles uma paixão sem fim.

                                        
Retrato pintado pouco tempo depois do casamento com Rosssetti

                                       
  Abalado pela morte de Lizzie, Rossetti, depois de várias peripécias que incluem a exumação do cadáver, escreve o poema Without her:

       What of her glass without her? The blank grey

       There where the pool is blind of the moon's face.

        Her dress without her? The tossed empty space

        Of cloud-rack whence the moon has passed away.
        Her paths without her? Day's appointed sway
        Usurped by desolate night. Her pillowed place
        Without her? Tears, ah me! For love's good grace,
        And cold forgetfulness of night or day.



        What of the heart without her? Nay, poor heart,

        Of thee what word remains ere speech be still?

        A wayfarer by barren ways and chill,
        Steep ways and weary, without her thou art,
        Where the long cloud, the long wood's counterpart,
        Sheds doubled up darkness up the labouring hill.

    
   Mas, o que tem o título deste artigo a ver com tudo o que foi até agora escrito? É que a suposta causa da morte de Elizabeth seria, segundo Bill Bryson, Em casa,  a solução de Fowler, que não passava de arsénio diluído, para melhorar a compleição, o que teria contribuído para a sua morte precoce.
   Esta solução de Fowler fez-nos recordar a consulta de João da Esquina ao novo Dr. Daniel, em As pupilas do senhor reitor:

- Arsénico! - exclamou ele com voz quase rouca de susto e de indignação. - O senhor quer que eu tome arsénico?!
- Que dúvida? - respondeu Daniel. - É um medicamento heróico, prodigioso em muitos casos.

  A vida de Lizzie é sublimemente romanceada por Hélia Correia, em Adoecer. 


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