06/04/2016

A MALA DE ANNE FRANK

   


  Margot e eu começámos a arrumar os nossos pertences mais importantes numa mala da escola. A primeira coisa que enfiei foi este diário. e depois frisadores de cabelo, lenços, livros da escola, um pente e algumas cartas velhas. Preocupada com o pensamento de ir para um esconderijo, enfiei as coisas mais loucas na mala, mas não me arrependo. As recordações significam mais para mim do que os vestidos. (...) Miep chegou e prometeu regressar mais tarde, levando com ela um saco cheio de sapatos, vestidos, casacos, roupa interior e meias. Depois disso ficou tudo muito silencioso no nosso apartamento. (...)
   Nós os quatro estávamos embrulhados em tantas camadas de roupa que parecia que íamos passar a noite num frigorífico. e tudo apenas para conseguirmos levar mais roupa connosco. Nenhum judeu na nossa situação se atreveria a sair de casa com uma mala de viagem cheia de roupas. (...)
   Margot atafalhou a sua mala com livros da escola, foi buscar a bicicleta e, com Miep à frente, partiu para o desconhecido. De qualquer maneira, foi isso que pensei, uma vez que não sabia que não sabia onde era o nosso esconderijo.
O diário de Anne Frank

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