14/04/2016

LANGUIER

  Desde sempre que imperadores, reis, nobres e mesmo o comum dos mortais temem ser, acidentalmente ou não, envenenados. Era muito usual haver um provador que ingeria a comida e ficavam à espera do resultado. E se o veneno demorava a fazer efeito?
  No livro D. Fernando, de Rita Costa Gomes, encontramos uma passagem sobre languier, pois D. Fernando temia ser envenenado.
  Este era um temor constante que se exprimia no uso documentado, na corte portuguesa, de toda a sorte de amuletos e práticas para detectar a presença de venenos nos alimentos. Sobreviveu inclusive um exemplar curiosíssimo de um objecto associado à mesa real, provavelmente trazido da área mediterrânica, (...) Tratava-se de um pequeno suporte em forma de arborescência com cerca de 30 cm de altura e encastoado em prata dourada, (...) Este belo objecto foi doado pela rainha D. Isabel de Aragão ao Convento de Santa Clara de Coimbra e, posteriormente, transformado em relicário.
 O languier descrito não seria muito diferente deste que encontramos num museu francês.


 Segundo se pensava, as pedras, em contacto com o veneno, mudavam de cor.


  Conhecemos testemunhos de pessoas que, há relativamente pouco tempo, utilizavam um objecto de prata que, colocado no recipiente onde eram cozinhados cogumelos selvagens, se não ficasse escuro dava toda a garantia quanto a esses cogumelos. Felizmente que quem os apanhava sabia o que estava a fazer, pois o método não era nada científico...

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