A explicação para acontecimentos como o surpreendente resultado das eleições nos EUA, passa (muito) pelas falhas nos sistemas educativos. A este propósito, não resistimos a replicar o excerto da entrevista de Nuccio Ordine, autor do livro A inutilidade do inútil, ao jornal Folha de São Paulo, publicado pela Professora Helena Damião, hoje, no De Rerum Natura.
"Há uma estupidez enorme nas reformas" do
ensino
Nuccio Ordine, autor do livro A inutilidade do inútil, sobre a educação escolar que temos e que teremos
Em entrevista recente ao jornal Folha de São Paulo:
"O que escrevi é também uma crítica à pedagogia moderna que quer ensinar os jovens através do jogo, da superficialidade sem esforço. É um erro enorme, o saber não é um dom, é uma conquista quotidiana que é preciso fazer."
"Hoje infelizmente as escolas e as universidades tornaram-se empresas, que vendem diplomas, e os alunos clientes, que compram diplomas; nessa perspectiva, nesse espírito de comércio, as ideias de cultura, de conhecimento e de educação são destruídas."
"Há uma estupidez enorme nas reformas que estão a ser feitas em países da Europa, segundo a ideia de que a escola moderna deve ser conectada com a internet em todo o lado e que o estudante tenha um tablet ou um computador diante de si. Isso é uma estupidez enorme. A escola moderna não é a conexão, a tecnologia mas a escola com bons professores porque eles geram bons alunos."
E no mencionado livro, na segunda parte, páginas 101 e seguintes:
"... trata-se de uma revolução copernicana que nos próximos anos mudará radicalmente o papel dos professores e a qualidade do ensino.
Quase todos os países europeus parecem estar orientados para uma redução dos níveis de dificuldade a fim de permitir que os estudantes pasem nos exanes com maior facilidade, na tentativa (ilusória) de resolver o problema daqueles que não acompanham regularmente os cursos.
Para diplomar os estudantes no tempo exigido pela lei e para tornar a aprendizagem mais «agradável» não se exigem esforços adicionais mas ao contrário, procura-se seduzir os estudantes com a perversa redução progressiva dos programas e com a transformação das aulas num jogo interactivo superficial, baseado em projecções em power point e na aplicação de questionários de escolha múltipla."
A explicação para acontecimentos como o surpreendente resultado das eleições nos EUA, passa (muito) pelas falhas nos sistemas educativos. A este propósito, não resistimos a replicar o excerto da entrevista de Nuccio Ordine, autor do livro A inutilidade do inútil, ao jornal Folha de São Paulo, publicado pela Professora Helena Damião, hoje, no De Rerum Natura.
"Há uma estupidez enorme nas reformas" do ensino
Nuccio Ordine, autor do livro A inutilidade do inútil, sobre a educação escolar que temos e que teremos
Em entrevista recente ao jornal Folha de São Paulo:"O que escrevi é também uma crítica à pedagogia moderna que quer ensinar os jovens através do jogo, da superficialidade sem esforço. É um erro enorme, o saber não é um dom, é uma conquista quotidiana que é preciso fazer."
"Hoje infelizmente as escolas e as universidades tornaram-se empresas, que vendem diplomas, e os alunos clientes, que compram diplomas; nessa perspectiva, nesse espírito de comércio, as ideias de cultura, de conhecimento e de educação são destruídas."
"Há uma estupidez enorme nas reformas que estão a ser feitas em países da Europa, segundo a ideia de que a escola moderna deve ser conectada com a internet em todo o lado e que o estudante tenha um tablet ou um computador diante de si. Isso é uma estupidez enorme. A escola moderna não é a conexão, a tecnologia mas a escola com bons professores porque eles geram bons alunos."
E no mencionado livro, na segunda parte, páginas 101 e seguintes:
"... trata-se de uma revolução copernicana que nos próximos anos mudará radicalmente o papel dos professores e a qualidade do ensino.
Quase todos os países europeus parecem estar orientados para uma redução dos níveis de dificuldade a fim de permitir que os estudantes pasem nos exanes com maior facilidade, na tentativa (ilusória) de resolver o problema daqueles que não acompanham regularmente os cursos.
Para diplomar os estudantes no tempo exigido pela lei e para tornar a aprendizagem mais «agradável» não se exigem esforços adicionais mas ao contrário, procura-se seduzir os estudantes com a perversa redução progressiva dos programas e com a transformação das aulas num jogo interactivo superficial, baseado em projecções em power point e na aplicação de questionários de escolha múltipla."
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