09/01/2017

FUNERAL BLUES



Stop all the clocks, cut off the telephone, 
Prevent the dog from barking with a juicy bone, 
Silence the pianos and with muffled drum 
Bring out the coffin, let the mourners come. 

Let aeroplanes circle moaning overhead 
Scribbling on the sky the message 'He is Dead'. 
Put crepe bows round the white necks of the public doves, 
Let the traffic policemen wear black cotton gloves. 

He was my North, my South, my East and West, 
My working week and my Sunday rest, 
My noon, my midnight, my talk, my song; 
I thought that love would last forever: I was wrong. 

The stars are not wanted now; put out every one, 
Pack up the moon and dismantle the sun, 
Pour away the ocean and sweep up the woods; 
For nothing now can ever come to any good. 

Parem já os relógios, corte-se o telefone, 
dê-se um bom osso ao cão para que ele não rosne, 
emudeçam pianos, com rufos abafados 
transportem o caixão, venham enlutados. 

Descrevam aviões em círculos no céu 
a garatuja de um lamento: Ele Morreu. 
no alvo colo das pombas ponham crepes de viúvas, 
polícias-sinaleiros tinjam de preto as luvas. 

Era-me Norte e Sul, Leste e Oeste, o emprego 
dos dias da semana, Domingo de sossego, 
meio-dia, meia-noite, era-me voz, canção; 
julguei o amor pra sempre: mas não tinha razão. 

Não quero agora estrelas: vão todos lá para fora; 
enevoe-se a lua e vá-se o sol agora; 
esvaziem-se os mares e varra-se a floresta. 
Nada mais vale a pena agora do que resta.
(tradução de Vasco Graça Moura)

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