Se roubarem os livros a um miúdo, ninguém vem à escola. Se lhe roubarem o telemóvel, aparece logo o pai ou a mãe." O comentário é de uma professora do 2.º Ciclo. De miúdos com 10, 11, 12 anos, habituada a discutir cada vez mais o assunto com os encarregados de educação. Muitos admitem que para os filhos o telefone é um vício, a companhia com quem conseguem passar o dia fechados no quarto. Mas intervir ou tirá-lo está fora de questão. Que adolescente sobrevive, hoje, sem um telemóvel?
(...)
O que nem todos os pais percebem é que os filhos não estão mais seguros por estarem fechados no quarto. Podem, pelo contrário, estar mais expostos a um mundo paralelo e virtual com desafios perigosos. Um telemóvel pode ser uma arma. Tanto mais perigosa por parecer inofensiva. Como pais, compete-nos retirá-lo do centro dos dias e reduzi-lo ao papel de ator secundário.
Inês Cardoso, JN de 1 de maio
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