07/06/2019

Renascimento


Bronzino, retratista dos Medicis

Exposição


A entrada. Estas escadas aparentemente inócuas, são um desafio para qualquer pessoa, pois elas parecem que vão pra trás! Não considgo imaginar como no Renascimento com toda aquela roupa, subiam por elas!!

A entrada. Estas escadas aparentemente inócuas, são um desafio para qualquer pessoa, pois elas parecem que vão para trás! Não consigo imaginar como no Renascimento com toda aquela roupa, subiam por elas!


Hoje fui à exposição de Bronzino (Itália 1503-1572) em Florença no Palazzo Strozzi.  Uma belíssima e importante representação de quadros deste retratista do Renascimento que trabalhou na corte dos grandes patronos das artes, a família Medici.
Bronzino eliminava a expressão dos rostos e trazia a atenção aos trajes.  Desta forma estabelecendo a posição social das pessoas nos seus retratos.  Reproduzia com enorme precisão as roupas, jóias e penteados da época.  A beleza destes retratos é de deixar qualquer um emocionado.
Não pude evitar de ficar absolutamente hipnotizada pelos detalhes do veludo, das rendas, dos bordados, das pérolas, da posição das mãos, do vermelho dos lábios, da pele alva, de cada fio de cabelo perfeitamente colocado.
Pois então, a moda tem, nos seus quadros, grande importância. Se considerarmos a seguinte definição de moda: “um fenómeno sócio-cultural que expressa os valores da sociedade – hábitos e costumes – numa determinada época,”  entendemos que durante o Renascimento, onde só a nobreza e altíssima burguesia podiam se vestir assim tão sumptuosamente, a roupa e as jóias refletiam as posições sociais e quanto tal, deviam ser retratadas para estabelecer o status.
Só no século XX é que a moda teve o início da sua democratização.
Por sorte, hoje temos acesso a estas obras, e as podemos admirar pela sua beleza e por o que nos conta da época.



O Palazzo Strozzi em Florença.



Detalhe do Palazzo com o poster da exposição.



A corte interna do palácio com obra moderna de Michelangelo Pistoletto. Contraste impressionante.



Uma das salas com grandes tapeçarias. Na época eram usadas como decoração mas também para esquentar os ambientes que haviam muros de pedra.



Eleonora di Toledo, esposa de Cosimo I de’ Medici, com seu filho Giovanni. Reparem nas pérolas não só do seu colar, mas também na franja do cinto de ouro e pedras.



Este é o meu favorito. Maria di Cosimo I de’ Medici. O veludo de um verde profundo, as jóias riquíssimas na sua simplicidade, transparência do tule que cobre timidamente os ombros, a elegância da mão, a perfeição do penteado, sem falar nos bordados…



Bia, filha ilegítima de Cosimo I. No grande cordão de ouro está o perfil deste seu importante pai. O branco dos trajes, talvez para representar a inocência.



O simpático Giovanni, do primeiro retrato com sua mãe. É o único que sorri. Vermelho era uma cor muito difícil de se obter nos tecidos e portanto reservada à monarquia. A perfeição das cores e plumas do passarinho na sua mão é incrível. Neste museu permitem chegar super próximos às telas dando a possibilidade de admirar bem de perto.  O coral no colar é para trazer boa sorte.



Lucrezia Panciatichi fazia parte da corte de Cosimo I. O livro no quadro representa o fato que ela sabia ler. É uma bíblia, portanto que ela era Católica. Incrível as dobras da seda tão perfeitas, o tule bordado em ouro, o cinto de pedras duras. Existe uma expressão em italiano para dizer “é outra coisa” que se diz “outro par de mangas”. A origem vem do fato que as mangas se sujavam mais do que o resto da roupa que era muito complicada para lavar. Então, só as mangas eram substituídas.  Aqui se vê claramente que as mangas podem ser trocadas.  No quadro de Maria também.



Mais uma sala com esculturas de Cellini, contemporâneo de Bronzino.

https://www.consueloblog.com/bronzino-retratista-dos-medicis/

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