16/04/2013

OS MEUS LIVROS (4)

De todos os livros que tenho vindo a ler, neste meu percurso escolar, aquele que mais me marcou foi sem dúvida O Rapaz de Pijama às Riscas, de John Boyne.


Esta obra que retrata a história de um rapaz de nove anos que se vê obrigado a deixar a comodidade de sua casa, em Berlim, para se fixar na Polónia (num local completamente isolado e onde tem apenas por vizinhos os que se encontram no campo de concentração), deu-me uma grande lição de vida. O facto de o pai de Bruno (o rapaz) ter sido promovido a comandante militar de Hitler, não permitiu que a sua infância fosse vivida como a de qualquer criança da sua idade. Teve de separar-se dos seus amigos e partir sem saber quem ia encontrar e que amizades (se é que era possível falar nelas) poderia fazer. 
Bruno, o herói da história, com a sua tenra idade e bem distante de tudo e de todos que o viram crescer, conseguiu  ultrapassar esta “mancha  negra” da sua vida e, apesar de todas as contrariedades, estabelece amizade com Shmuel, rapaz de religião judaica e com ideais de vida distintos dos dele. Mesmo sabendo que esta amizade seria reprovada pelos familiares de um e outro, Bruno vê neste rapaz um verdadeiro amigo, um confidente com quem pode falar e desabafar nos momentos mais angustiosos e, mesmo disfarçando esta amizade, nunca se separam. Este ideal de vida que é o cultivar de uma amizade, sem barreiras e impedimentos, não me deixou indiferente; bem pelo contrário, levou-me a refletir sobre o quanto é importante termos amigos e fazermos perdurar a amizade que nos une quando ela vem de alguém que merece a nossa confiança.
Nesta história, o facto de estes dois verdadeiros amigos se terem tornado inseparáveis, independentemente dos seus ideais religiosos, levou Bruno à morte, juntamente com o amigo, num dia em que ambos partilhavam as brincadeiras. Esta leitura marcou-me imenso e comoveu-me até, não só pelo seu enredo mas também porque o herói da história morre, o que não é muito comum acontecer.
A lição de vida que esta obra me deu ficou gravada na minha memóra e constantemente dou por mim a pensar nela. É preciso pôr de lado  os complexos, as diferenças, as desigualdades, se é que elas existem, e vermos no outro um amigo, um confidente, com quem podemos contar quando atravessamos momentos difíceis na nossa vida. Não podemos, no entanto, descurar que é necessário saber escolher os amigos, não por aquilo que parecem ser, mas pelo que são na realidade (sensíveis, disponíveis, preocupados, generosos, educados…). Enfim, que mostrem que têm valores e que os sabem cultivar.

João Pedro Lourdes, 8ºD

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