OS MEUS LIVROS (8)

Os     

        Os primeiros já não sei os títulos. Só me lembro da cor e da textura: eram em tecido, de cores muito suaves – verde, amarelo, rosa…. Deliciosos.

         Depois foram os da Anita. O preferido era Anita a cavalo. Na altura alguém até me prometeu um cavalo…

Entre os 10 e os 12 anos, Os Cinco e Os Sete, preencheram o imaginário, como não poderia deixar de ser. Criamos o “Clube das sete” e reuníamos em casa de uma colega, na sala vermelha!

Tinha 14 anos quando li A 25ª hora.

Lembro-me, porque não percebi nada do livro. Creio que nunca mais o voltei a ler.

       Com a música dos Beatles e o psicadelismo dos Pink Floyd, veio a leitura de Aldous Huxley - O admirável Mundo Novo

e também a poesia de Allen Ginsberg e Lawrence Ferlinghetti.

       Apesar de ser da área de ciências, no secundário, tinha vários amigos de letras, já universitários, que me influenciavam as leituras. Mergulhei nos surrealistas e afins….Artaud; Baudelaire; Rimbault; o mais significativo foi André Breton: Nadja, “por ser em russo o começo da palavra esperança, e por não ser senão o começo”. E também Amor Louco, onde descobri a melhor definição de beleza: “A beleza convulsiva terá que ser erótico-velada, explodente-fixa, mágico-circunstancial, ou não será beleza.”

        Adorei a Morte feliz

de Albert Camus e o Teatro do absurdo de Samuel Beckett. 

Desde pequena que gosto muito de poesia, mas foi na adolescência que conheci Mário de Sá-Carneiro, Pessoa, Eugénio de Andrade, José Gomes Ferreira, Natália Correia, Ângelo de Lima…

Também o fascínio pela filosofia e pelo oriente - Tao Te King de Lao Tse. O budismo, o taoismo… e outros ismos. O amante, de Marguerite Duras,  

Confissões de uma máscara de

Yukio Mishima.

         O mundo fantástico de Edgar Allen Poe e Vernon Sullivan.

         Os anos 80 e a atração pela “insustentável leveza” do mundo de Sabina e Tomas, com Milan Kundera.

         O Nome da Rosa, de Umberto Eco,

foi a grande aventura medieval. Mais tarde vi o filme, mas o livro é incomparavelmente melhor.

         …. E muitas mais viagens!

Isabel Carvalho