A Semana da Leitura começou com a exposição dedicada à ESCRITA, tema deste mês do Projecto Leituras
E continuámos assim...
... com o CÉREBRO E A LEITURA.
Aprendemos, ainda, a escrever como antigamente
Finalmente, a POESIA, em Viana, pelo CLUBE DE TEATRO
Bem-vindo ao Blogue da Biblioteca Escolar da Escola Básica e Secundária de Monte da Ola. Aqui poderás encontrar notícias sobre a atividade da nossa Biblioteca. Poderás, também, enviar sugestões, notícias ou comentários. Este espaço foi aberto para ti. Colabora, participando nele.
27/03/2014
MICAREME
Quando a Quaresma era seguida a rigor, paravam todos os divertimentos, principalmente nas aldeias e pequenas cidades, como era Viana do Castelo.
Em 1974, o jornal Notícias de Viana anunciava os bailes de Micareme, uma trégua nessa época de recolhimento e luto.
Este ano, segundo as nossas contas. esta noite poderíamos dançar...
26/03/2014
FRASEANDO
JL - Neste livro comprova-se mais uma vez que não gosta de heróis convencionais, clássicos.
Interessam-me os heróis da retirada, na feliz expressão de Eisenberg. Que fazem grandes coisas e saem de cena. Não ficam a dizer o pá para aqui, o pá para ali.
JL - "Quando o mito fala, o barro arrefece", escreveu neste livro.
Quando falam normalmente não acrescentam nada. É por isso que Salgueiro Maia é o herói perfeito. Não sabemos se se manteria para sempre à altura. Em vida foi irrepreensível. Para seu mal e bem nosso, a morte levou-o.
Lídia Jorge, entrevista ao JL, 5 a 28 de março
23/03/2014
LINGUAGEM POPULAR
VOCABULÁRIO
DOS PESCADORES DE VIANA
buçar
bôçochícharo
cala
beirada
mascato
bola
pandilheiro
pandilheira à rede
nebrinas
xisqueira
pinchos
tala
fio de água
anzol do badejo
safios
raia
aboiar
baliza
José Rosa Araújo, Serão
22/03/2014
LINGUAGEM POPULAR
OUTROS TERMOS
amouxar
(ou amochar) –
sujeitar-se
azevieira – rapariga alegre e espevitadacabaneira
fortalhaço
lambaz – indivídui muito forte e desajeitado
lorvo – pão leve e fofo
nairo - suave
ourelo – esperteza, atenção
trombalazana- indivídui desajeitado
alabarado - chamuscado
amanear-se – apressar-se
apeirar-se – abastecer-se
aquelar – fazer
s’aquilo – se assim não for
bocanho – pequeno intervalo entre aguaceiros
entanguido – cheio de frio
escadraçar – partir aos pedaços
esforricar-se – sujar-se
fita - gravata
forrica - soltura
ingerido – cheio de frio
licante - manhoso
macatrefe- presunçoso
manta - gravata
marjabante - estroina
mortinha – farinha muito bem moída
murnas – nódoas sobre a pele
ná - não
pera - para
resumir - escorrer
sumitico - avarento
trefe - ordinário
rascanhadela - arranhadela
panasco - pessoa espantadiça
panasquedo - tolice, asneira
toledo - doidice
tralhouco - pessoa leviana
(CONT.)
21/03/2014
POESIA E POETAS
A Poesia Vai
Acabar
A poesia vai acabar, os poetas
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não
acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao
entrar numa repartição pública.
Um senhor míope atendia devagar
ao balcão; eu perguntei: «Que fez algum
poeta por este senhor?» E a pergunta
afligiu-me tanto por dentro e por
fora da cabeça que tive que voltar a ler
toda a poesia desde o princípio do mundo.
Uma pergunta numa cabeça.
— Como uma coroa de espinhos:
estão todos a ver onde o autor quer chegar?
vão ser colocados em lugares mais úteis.
Por exemplo, observadores de pássaros
(enquanto os pássaros não
acabarem). Esta certeza tive-a hoje ao
entrar numa repartição pública.
Um senhor míope atendia devagar
ao balcão; eu perguntei: «Que fez algum
poeta por este senhor?» E a pergunta
afligiu-me tanto por dentro e por
fora da cabeça que tive que voltar a ler
toda a poesia desde o princípio do mundo.
Uma pergunta numa cabeça.
— Como uma coroa de espinhos:
estão todos a ver onde o autor quer chegar?
Manuel António Pina, Ainda não é o Fim nem o Princípio do Mundo. Calma é Apenas um Pouco Tarde
Os Poetas
Sentados nos cafés que há na cidade,
Um livro aberto sobre a mesa e tristes,
Incógnitos, sem oiro e sem idade?
Com magros dedos, coroando a fronte,
Sugerem o nostálgico sentido
De quem rasgasse um pouco de horizonte
Proibido...
Fingem de reis da Terra e do Oceano
(E filhos são legítimos do vício!)
Tudo o que neles nos pareça humano
É fogo de artifício.
Por vezes, fecham-lhes as portas
— Ódio que a nada se resume —
Voltam, depois, a horas mortas,
Sem um queixume.
E mostram sempre novos laivos
De poesia em seu olhar...
Adolescentes! Afastai-vos
Quando algum deles vos fitar!
Pedro Homem de Mello, O Rapaz da Camisola Verde
20/03/2014
PRIMAVERA
Chega logo, às 16.57.
Vivaldi imortalizou-a nas Quatro estações, não imaginando que, muitos anos depois ia ser um teste à paciência de quem telefona para uma repartição pública e nunca mais é atendido...
Muitos anos depois, Stravinsky dedica-lhe a Sagração da Primavera, cujo bailado foi criado por Nijinsky, aqui numa interpretação da Companhia de Olga Roriz
Botticelli pintou-a.
19/03/2014
18/03/2014
GUERRA COLONIAL
Os soldados partiam, alguns deles deixavam as suas aldeias pela primeira vez, e, numa altura em que não havia telemóvel, a comunicação com a família era através da ESCRITA de cartas ou de aerogramas
que eram preenchidos em toda a área possível.
Pelo Natal, eram transmitidas, na RTP, as famosas Mensagens de Natal
que minimizavam um pouco as saudades.
17/03/2014
16/03/2014
LINGUAGEM POPULAR
800 anos de Língua Portuguesa torna-a uma das línguas mais antigas da Europa. Dentro do nosso idioma, a linguagem popular tem um papel muito importante que deve ser preservado.
Na Semana da Leitura (17 a 21) vamos reavivar a memória com expressões que já caíram ou estão a cair em desuso.
NICHO
OU NICHINHO
Além do significado
comum ( cavidade para colocação de imagens) esta palavra emprega-se para
expressar um pequenino espaço de tempo.
Exemplos: Espere um nicho…
Demora muito? Um nichinho…
Também usam: pequenichinho
com o mesmo significado.
(Viana – Anha – Vila Fria)
É muito vulgar ouvir-se:
matar
a fome – comer
matar
a sede – beber
matar
um judeu – satisfazer
um desejo
É melhor ir à corte e
matá-los todos! Quando se quer exprimir a revolta contra qualquer
ordem julgada injusta.
INDELICADEZA
Quando
alguém se utiliza de um objecto alheio sem pedir autorização, logo o dono lhe
verbera a indelicadeza, utilizando uma destas fórmulas:
-
Isto é roupa de francesa?
- isto é tudo de mãe joana?
- isto é tudo à maneira de quem quer grelos?
- isto é coisa assim de cão queres côdea?
DITOS E FRASEADOS…
Socairo: abrigo preferido a certo sítio onde
se verifique certa amenidade ou menoria de vento
Vou
oh! - àgora vou! É o
vais!
Néu - Nel (Manuel)
Vou
aonde a ti – Vou ter
contigo
Home
essa - homem, essa
(diz-se, mesmo que se fale com uma mulher)
Aquela
tem cara de partir esteios no monte:
aquela (rapariga, ou mulher) é feia
(CONT.)
15/03/2014
10/03/2014
NOVIDADES
Lídia Jorge publicou um novo livro - Os memoráveis - sobre o dia 25 de abril, de leitura obrigatória para quem não quer esquecer, ou para aqueles que não viveram esse dia.
Este mesmo tema já o tinha tratado em O dia dos prodígios, o seu primeiro romance. Voltou a esse dia pois, como se diz na entrevista ao JL - Viu o país de joelhos e não quis calar a revolta.
Muito em breve, poderá ser requisitado na BE.
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