Na
manhã do dia 9, o exército liberal pôs-se a caminho do Porto. Durante o
percurso, os soldados encontraram, a bordejar os caminhos por onde desfilavam,
uma flor muito vulgar no Norte e que ostentava, curiosamente, as cores azul e
branca que D. Pedro, por decreto de 18 de outubro de 1830, dado em Angra do
Heroísmo, havia adotado para a bandeira.
A essas flores, importadas do Extremo Oriente nos finais do século XVIII, uns
davam o nome de hortênsias; outros, o de hidrângeas.
Colhendo-as,
os soldados enfiaram-nas nos canos das espingardas e assim, de forma triunfal,
entraram no Porto. A hidrângea tornou-se, por isso, o símbolo do
constitucionalismo. Das janelas da Rua de Cedofeita, por onde o exército
libertador desfilou, depois de ter percorrido a antiga estrada para Barcelos, a
actual Rua 9 de Julho, os soldados eram saudados pelas senhoras com lenços e
fitas azuis e brancas.
Porto: viagem ao
passado, Germano Silva
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