01/07/2014

PIC-NIC

    Para além da praia, o pic-nic, como então se dizia, era um dos pontos altos da época. Basta ver-nos os bonitos cestos que as grandes marcas fabricavam, e fabricam.


  Na pintura, a refeição ao ar livre é amplamente retratada, desde o famosíssimo e arejadíssimo Déjeuner sur l´herbe, de Édouard Manet

Manet (1832-1883)
recreado, mais tarde, entre outros, por Monet,


Claude Monet (1840-1926)
por Cézanne,

Paul Cézanne (1839-1906)
magistralmente tratado por Cesário Verde, no poema De tarde,


Naquele "pic-nic" de burguesas, 
Houve uma cousa simplesmente bela, 
E que, sem ter história nem grandezas, 
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico, 
Foste colher, sem imposturas tolas, 
A um granzoal azul de grão-de-bico 
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos, 
Nós acampámos, inda o Sol se via; 
E houve talhadas de melão, damascos, 
E pão-de-ló molhado em malvasia.


Mas, todo púrpuro a sair da renda 
Dos teus dois seios como duas rolas, 
Era o supremo encanto da merenda 
O ramalhete rubro das papoulas!


ou satiricamente descrito por Luís Sttau Monteiro nas crónicas que escreveu no Diário de Lisboa, em 1969 e 70, depois reunidas em livro, As redacções da Guidinha

exemplar igual ao da Biblioteca
  Mas, chic, chic, será fazer um pic-nic durante o Glyndebourne Festival, Sussex. Para este ano, já não será possível...

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