No final as férias, continua a ser agradável falar de viagens ou ler sobre as viagens de outros.
Viagens pagãs, último livro de Fernando Dacosta, fala-nos do Douro, do Corvo, do Brasil, Norte de África, Angola e Moçambique.
Do Douro, recorda a sua infância, figuras como D. Antónia, Barão de Forrester e lugares:
...sobre o Cachão da Valeira, nó de precipícios e fragas, onde centenas de pessoas e barcos, rabelos, de pesca, de passagem, se desfizeram.
Ao chegarem perto, os marinheiros, hirtos, gelados, encomendavam-se a São Salvador do Mundo. O Barão pereceu nele. Inglês de suíças ruivas, milionário e pintor, pintor de uvas e aguarelas, James Forrester fez-se figura lendária do norte.
Os seus cinturões de oiro, as suas amantes de exibição, os seus criados de libré, o seu barco-palácio erante, as suas ceias no convés, rio acima, as suas sinfonias e gargalhadas ecoando nas margens deram-lhe dimensões de mito. A nave de luxo e luxúria em que se deslocava tornou-se uma visão fantasmática.
Numa noite de Lua Nova, asseverava Maria Bolota, dada a visões de Nossa Senhora e de extraterrestres, o seu casco levantou voo com o fantasma do inglês.
D. Antónia Ferreirinha (outra figura de referência no Douro), que o acompanhava aquando do acidente, flutuou na corrente - as saias compridas, usava várias, apanharam ar, enfunando-se - e salvou-se.
Fernando Dacosta será o convidado de À conversa com..., dia 18, pelas 21.30, na Biblioteca Municipal de Viana do Castelo.
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