29/03/2016

A FELICIDADE DOS LIVROS

   


  Nestes dias talvez tenhamos mais algum tempo para ler. Sobre livros e leitura, a opinião de Pedro Mexia, no livro Lei seca.

  Ontem à noite, esvaziando caixotes, senti inesperadamente a felicidade dos livros. Uma felicidade que não se esgota em lê-los nem em tocar neles, mas exige ambas as dimensões, intelectual e táctil. Gosto de vê-los assim, arrumados ou desarrumados, o volume dos volumes em várias salas, parede acima, simétricos e exactos. Gosto de lhes encontrar o sítio, de ir folheando, tocando, lendo, perdido no impecável caos dos livros.

UMA CERTA TENDÊNCIA
   Trollope disse uma vewz que se orgulhava da sua biblioteca de cinco mil volumes, dos seus cavalos favoritos, dos bons vinhos que guardava na garrafeira e daquilo a que chamou «uma certa tendência para desaparecer».
   Eu não possuo estábulos nem licores requintados, mas gosto de ficar em casa no contentamento dos livros, e também já não dispenso «uma certa tendência para desaparecer», tanto metafórica como literal. Mas não é orgulho: é necessidade.    

Sem comentários:

Enviar um comentário

COMO PODES COMENTAR?

1º Escreve o teu comentário ou sugestão.
2º Identifica-te.
3º Selecciona o perfil "Anónimo".
4º Clica em "Enviar comentário"

Atenção: todos os comentários são moderados - não serão publicados os comentários ofensivos ou com erros ortográficos.