20/03/2016

PRIMAVERAS

  A Primavera chegou às 4.30. Vem cinzentita, mas com ela vem a renovação, os dias maiores.
  Sempre foi celebrada. Na música, com Vivaldi e Stravinsky, por exemplo:




 Na pintura, com Botticelli, Poussin, Sisley, Van Gogh.




 






  A Primavera, como renovação e esperança, foi usada em termos políticos, em várias ocasiões, como a Primavera de Praga e a Primavera Marcelista que, curiosamente, chegaram no mesmo ano, 1968.
  A primeira deveu-se a Alexander Dubcek, líder do Partido Comunista Checoslovaco que, a 5 de abril de 1968, apresentou as reformas que contrariavam as normativas da União Soviética, permitindo a liberdade de imprensa, a independência judicial e a tolerância religiosa. Toda a euforia desta Primavera terminou, tragicamente, a 21 de agosto, com a invasão do país por tropas russas. Jan Palach personificou esta luta quando se imolou pelo fogo. Milan Kundera escreve sobre esta luta em A insustentável leveza do ser. (A BE empresta)


  Depois de anos de salazarismo, com a nomeação de Marcelo Caetano para Presidente do Conselho de Ministros, a 27 de setembro de 1968, o país acreditou numa renovação, evolução na continuidade, numa certa abertura - a PIDE mudou de nome, a oposição pode concorrer às eleições de 1969 e, semanalmente, aparecia na RTP a explicar as suas ideias, nas famosas Conversas em família. Depois da crise de Coimbra, em 1969, de algumas greves, da intensificação da guerra colonial, esta Primavera também acabou. 


Boa Primavera!

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