31/07/2015

LUA AZUL


  Sabemos que as fases da lua são quatro - lua nova, quarto crescente, lua cheia e quarto minguante - e que entre uma lua nova e a próxima, distam cerca de 29 dias. Quando, no mesmo mês, temos duas luas cheias, à segunda chama-se lua azul. Esta noite, vamos estar atentos - é noite de lua azul, embora não se consiga ver a lua dessa cor, mas apenas um pouco mais brilhante, se as condições atmosféricas o permitirem. Se a perderem, a próxima só será em 2018...
   Richard Rodgers, em 1934, escreveu uma canção que se tornou famosa, cantada por Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Elvis Presley e muitos outros, com o título Blue moon, aqui na versão da mítica big band de Glenn Miller.


  É pena que algumas coisas boas, daquelas que gostamos muito, só aconteçam ... once in a blue moon.

30/07/2015

BELEZA A QUANTO OBRIGAS!

  Com apenas 33 anos, morria Elizabeth Eleanor Siddal, nascida a 25 de julho de 1829. Modelo, poeta, artista, Lizzie foi a inspiração de muitos poetas e pintores. A sua longa cabeleira ruiva e a sua palidez foi retratada, entre outros por Millais, um dos pré-rafaelistas, que a retratou como Ofélia, o que a levou a contrair uma pneumonia, uma vez que Lizzie tinha de estar mergulhada numa banheira, ao frio.


  Elizabeth Siddal, em 1849, encontra Dante Gabriel Rossetti, outro pré-rafaelista, crescendo entre eles uma paixão sem fim.

                                        
Retrato pintado pouco tempo depois do casamento com Rosssetti

                                       
  Abalado pela morte de Lizzie, Rossetti, depois de várias peripécias que incluem a exumação do cadáver, escreve o poema Without her:

       What of her glass without her? The blank grey

       There where the pool is blind of the moon's face.

        Her dress without her? The tossed empty space

        Of cloud-rack whence the moon has passed away.
        Her paths without her? Day's appointed sway
        Usurped by desolate night. Her pillowed place
        Without her? Tears, ah me! For love's good grace,
        And cold forgetfulness of night or day.



        What of the heart without her? Nay, poor heart,

        Of thee what word remains ere speech be still?

        A wayfarer by barren ways and chill,
        Steep ways and weary, without her thou art,
        Where the long cloud, the long wood's counterpart,
        Sheds doubled up darkness up the labouring hill.

    
   Mas, o que tem o título deste artigo a ver com tudo o que foi até agora escrito? É que a suposta causa da morte de Elizabeth seria, segundo Bill Bryson, Em casa,  a solução de Fowler, que não passava de arsénio diluído, para melhorar a compleição, o que teria contribuído para a sua morte precoce.
   Esta solução de Fowler fez-nos recordar a consulta de João da Esquina ao novo Dr. Daniel, em As pupilas do senhor reitor:

- Arsénico! - exclamou ele com voz quase rouca de susto e de indignação. - O senhor quer que eu tome arsénico?!
- Que dúvida? - respondeu Daniel. - É um medicamento heróico, prodigioso em muitos casos.

  A vida de Lizzie é sublimemente romanceada por Hélia Correia, em Adoecer. 


29/07/2015

BORODINE

  
  Há pessoas que nos surpreendem. Já ouvimos falar de Alexandre Borodine como compositor (1833-1887) e das suas obras - a ópera Príncipe Igor e Nas estepes da Ásia Central.


    Desconhecíamos a verdadeira profissão de Borodine - químico e investigador. Como não se podem caçar duas lebres ao mesmo tempo, como lhe disse o químico Nikolai Zinina música era apenas um passatempo - Quando estou muito doente, fico em casa; quando não posso fazer nada capazmente, quando me dói a cabeça e os olhos estão inflamados, quando tenho de procurar o lenço no bolso de dois em dois minutos, então escrevo música." (in Haja luz!)
    Vamos deixar o seu trabalho na análise da ureia, as viagens de trabalho com Mendeleev e as suas músicas como sugestão de trabalho para Química e Educação Musical. Mas não podemos deixar de referir que Borodine, como pedagogo e educador, conseguiu que fossem criados os primeiros cursos universitários para mulheres, em 1872.  

28/07/2015

A VER NAVIOS

  Ficar a ver navios é uma expressão muito usada na língua portuguesa e tem uma origem curiosa.
  O general Junot, naquele novembro de 1807, soube que a corte portuguesa se preparava para partir para o Brasil, para não se render. Junot precisava de impedir essa partida, pelo que tinha de chegar a Lisboa o mais depressa possível.
   Em Abrantes, transformou em estábulo a Igreja de Santo António, fazendo dos altares manjedouras, e intimou o juiz de fora a fornecer-lhe 12 mil jantares e outros tantos pares de sapatos. (...) Também todos os alfaiates da região foram mobilizados para passajarem as fardas do esfarrapado Grande Exército, ou pelo menos umas quantas, que permitissem à vanguarda mostrar-se apresentável em Lisboa. 
   Recebido pela Junta de Regência, Junot entrou triunfante em Lisboa, pois D. João e os seus ministros jogaram até ao fim com um pau de dois bicos. O general soube, então, que a corte tinha embarcado na véspera. Dirigiu-se para o Alto de Santa Catarina de onde avistou, para os lados da Barra, a frota a afastar-se. Junot ficou a ver navios...


 O texto transcrito pertence à obra História não oficial de Portugal, de Luís Almeida Martins, a que voltaremos, certamente.


27/07/2015

FÉRIAS E LIVROS

O blogue da revista LER elege 5 policiais para este verão,

                                                          
       


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     A BE pode emprestar este último título e aconselhar, e emprestar, outros títulos dos mesmos autores.



  

  

              

                            


26/07/2015

aLeR+

                                  Resultado de imagem para aler+

  O nosso Agrupamento faz parte da Rede de Escolas aLeR+, já há alguns anos, o que traz à BE responsabilidades acrescidas. O Projecto Leituras foi o começo, seguido do Ler+mar e do Faz-se luz... Como se pode ler no ofício enviado pelo PNL, estas Escolas têm contribuído de forma determinante para o desenvolvimento de uma cultura de leitura em que o prazer de ler é um elemento central, que se tem vindo a estender a todas as escolas do agrupamento, integrando novos contributos e novas experiências no âmbito da leitura, e assim queremos continuar.
  O projeto Faz-se luz... apresentado para o próximo ano letivo foi financiado em 1700 €, que vão ser gastos, de acordo com as diretivas enviadas, em fundo documental, despesas correntes e uma verba reduzida em equipamento. Esta verba não nos vai permitir renovar o fundo documental de alguns JI e EB1, como desejávamos, mas vai ser mais uma ajuda.
   A maior parte dos trabalhos realizados, no ano que agora acaba, podem ser vistos no sítio aLeR+, por escola e por turma.
  Faz-se luz... de novo.
   


25/07/2015

GABARDINE

  Há gabardines, ou personagens que as usaram, que se tornaram um ícone. A gabardine desleixada do Detetive Columbo,


ou a elegante, com charme, de Humphrey Bogart, aqui numa cena famosíssima do filme Casablanca, com Ingrid Bergman, com o não menos famoso diálogo:
  RICK: If that plane leaves the ground and you're not with him, you'll regret it. Maybe not today. Maybe not tomorrow, but soon and for the rest of your life.
   LISE: But what about us?
   RICK; We'll always have Paris....


 Mas voltemos à gabardine. A primeira foi posta à venda em 1842, graças à invenção da impermeabilização por Charles Macintosh, um inventor e químico escocês, nascido em 1766 e que morreu a 25 de julho de 1843. 
 Em inglês, usa-se a palavra mackintosh, mac ou mack, além de raincoat, para essa peça de vestuário.
 Thomas Burberry tornou-a mais confortável, uns anos depois, mas isso dá outra história.

24/07/2015

DELAUNAY E DESCULPAS

  Antes de mais um pedido de desculpa muito grande. O desejo de encontrar uma novidade, um facto interessante leva-nos a disparates e a leituras erradas. Estes deslizes fazem-nos entender melhor os alunos...
  Foi o que aconteceu - uma leitura erradíssima de um dos parágrafos transcritos em Delaunay - Instalaram-se na casa de Viana (que batizaram de "Villa Simultânea") em Vila do Conde e, mais tarde, em Valença (...) . Pois é, 'Viana' refere-se ao pintor Eduardo Viana (estava bem visível no texto) e não a "Viana Castelo", como, certamente, estaria escrito. Nem o facto de ter feito outras pesquisas e de não ter encontrado qualquer referência a Viana do Castelo me fez duvidar... Se estiveram em Vila do Conde e em Valença, não estiveram em Viana? Ainda não havia a A28... A amizade com Sarah Afonso, que esteve a viver em Viana do Castelo, aconteceu muitos anos depois, mas... Uma pena!
   Uma leitora atenta enviou-nos um comentário e ... fez-se luz!
   Resumindo - os Delauny viveram em Vila do Conde, na casa Villa Simultânea.
Isabel Campos


Villa Simultânea

                             

23/07/2015

ÓCULOS PARA LER

  Os óculos tornaram-se uma necessidade, mas também uma moda, um culto.
   Uma montra que alia os óculos à leitura, a livros, a moda é uma excelente montra. Algures em Viana.
    



22/07/2015

HOPPER

  Edward Hopper, artista norte-americano, nascido a 22 de julho de 1882, iniciou a sua carreira com Rowboat in Rocky Cove (1895) um dos muitos trabalhos sobre paisagens marítimas ou rurais.
                         

   House by the Railroad (1925) mostra-nos uma casa isolada, junto a uma linha de comboio, considerada por um crítico como uma das mais dolorosas e desoladoras imagens do realismo.
                  


   Outro dos seus temas, pelo qual se tornou famoso, é o dia-a-dia americano, com figuras solitárias, ou em pequenos grupos, retratando a solidão, o desgosto, o tédio e a resignação, interagindo com o ambiente que os rodeia, como se nós os estivéssemos a observar, quase a expiar.
  Em  Room in New York (1932) encontramos um casal que não comunica. Enquanto ele lê o jornal, ela está alheada, aborrecida, a dedilhar as teclas do piano, apenas com uma mão, enquanto o outro braço pousa sobre o piano.
   


Four Lane Road, um dos muitos quadros que tem como fundo uma estação de serviço, mostra-nos a mesma solidão do casal, a espera, o vazio, do ambiente e dos sentimentos.

  Pintado em 1942, Nighthawks é um dos mais conhecidos de Hopper. Um pequeno grupo está num restaurante, à noite, mais uma vez afastados uns dos outros e absortos. Pensa-se que Hopper se tenha inspirado num conto de Hemingway, retratando-se a si e à sua mulher neste grupo. 
                            


   A BE empresta este título para um melhor conhecimento deste pintor e da sua obra:
                       
  1.                    

21/07/2015

DELAUNAY

 A propósito da exposição Sonya Delaunay, na Tate Modern, Londres, Jorge Calado, sempre ele, fala-nos do casal Delaunay, de arte, de ciência, de música, de luz, de Viana.


 É sempre uma coincidência feliz gozar esta exposição de Sonia Delaunay (1885-1979) no Ano Internacional da Luz. A cor é uma propriedade da luz. (Os físicos chamam-lhe comprimento de onda.) No entanto, foi a teoria (errada) da cor publicada por Goethe em 1810 - muito mais do que a "Óptica" (1704) certa de Newton - que influenciou profundamente a pintura. O quadro "Luz e cor - A manhã após o dilúvio" (1843), de Turner, é uma homenagem declarada a Goethe.


                                   
 Quando, cerca de 1910, Sonia e Robert Delaunay inventaram o Simultanismo Abstrato, à base do contraste de cores e formas, desconheciam que a simultaneidade (ou não) de acontecimentos era um dos esteios da teoria da relatividade restrita publicada por Einstein em 1905. Arte e ciência caminham de mão dada, mesmo que mutuamente se ignorem (sublinhado nosso). Ao pintar os "Prismas Elétricos" (1913/14) - a que chamou "estudos de luz" (isto é, de cor) -, Sonia limitava-se a refratar a luz de Newton.


Prismas elétricos
   Na Rússia, Aleksandr Scriabine tinha composto o "Prometeu, poema do fogo" (1910/11) imaginando um 'cravo de luzes' que banhasse a sala de concerto com luzes  de várias cores, em sintonia com as diversas tonalidades da música (por exemplo, azul - a cor da razão - para fá menor, etc.).


 Influenciada por Van Gogh e Gauguin, pelo artesanato russo, tal como o pincel, a agulha permitia~lhe libertar-se da linha para se concentrar na cor. 
  Para a cama do filho cria uma colcha de retalhos, com cores e formas diferentes que vai ser uma obra importante na sua longa carreira, num ambiente "simultâneo"


que, para além da pintura, inclui moda, 



a pintura de um carro desportivo - Matra 530, etc, etc.
  


 A guerra de 1914 apanhou os Delaunay no País Basco; daqui seguiram para Lisboa. Os seis anos seguintes seriam divididos entre Espanha e Portugal (...). Já conheciam (de Paris) Eduardo Viana e Souza-Cardoso. Instalaram-se na casa de Viana (que batizaram de 'Vila Simultânea') em Vila do Conde e, mais tarde, em Valença. (...) 
  A fase portuguesa está bem representada na exposição da Tate Modern: é fácil reconhecer as pinturas à moda do Minho, em tons vermelhos, verde, laranja e amarelo (como os vestidos das festas tradicionais). Dominam as formas circulares do sol, das arrecadas e dos pratos e alguidares vidrados.

                                                  

20/07/2015

A NOSSA LIBERDADE

  Maria Filomena Mónica, no Expresso de sábado, de uma forma lúcida e contundente, como é seu costume, e com o título A liberdade dos outros, fala-nos da liberdade que os outros têm em andar com a música em alto som. Acham-se com os seus direitos, mas esquecem os direitos dos outros. Refere a autora uma frase de J. Stuart Mill bem elucidativa do que é a liberdade e do direito de a usarmos. A decorar, ampliar, refletir e partilhar:

   A liberdade de um indivíduo tem de ser limitada: ou seja, não se pode tornar um incómodo para os outros.


19/07/2015

DEGAS

   Um dos fundadores do Impressionismo, Edgar Degas nasceu a 19 de julho de 1834. Ficou famoso pelas suas pinturas sobre dança, para além das esculturas e desenhos.

A família Bellelli
                                 
A aula de dança
                                   

18/07/2015

LER, LER, LER...

Kate Beaton
                         
   Vem-me por vezes o furor de ler, que nenhum livro apazigua. Devoro páginas umas atrás das outras. Há tanto, tanto que ler e aprender e reflectir e é tão curta a vida... O tempo esvai-se. A exigência na leitura é cada vez maior, com a idade, e muitos livros ponho de parte definitivamente. depois de 2 ou 3 capítulos. Na ficção, o primeiro dever de uma obra é provocar o interesse, agarrar o leitor. em isso nada feito. No ensaio, a condição básica é a linguagem simples, precisa clara. Quando topo com a embrulhada eo excesso de jargon especializado, parece-me pressentir marosca... Felizmente a leitura permite, muitas vezes, que pratiquemos os devidos 'saltos', para ser suportável e podermos chegar até ao fim...

Diário íntimo e Carlos da Maia (189-1930),
A. Campos Matos

17/07/2015

TRISTE, MUITO TRISTE

   Stabat mater dolorosa é um hino que nos recorda a dor de Maria junto da Cruz, bem diferente de outra Stabat materuma notícia que lemos, há alguns dias, e que nos tocou muito e que nos custa a acreditar. Que razões levarão esta mãe a tal atitude? Certamente, fortes.
  Recordemos o Stabat mater de Pergolesi para nos apaziguarmos um pouco.
  

16/07/2015

AS POSSÍVEIS CASAS DOS ARTISTAS

 Enviaram-nos um endereço com o projeto Archist de Federico Babina, arquiteto e ilustrador. Partindo da obra de um artista, Babina pretende explorar a ligação entre a arquitetura e as artes visuais. São 27 artistas representados em ilustrações que pretendem desvendar como seria uma casa desenhada por alguns dos grandes génios da pintura.
. Partilhamos alguns desses exemplos.
   Um bom exercício para estas férias será procurar a obra de cada um destes artistas e compará-la com estas propostas 

Assim seriam as casas de Dalí, Picasso, Miró, Warhol e outros 23 artistas (fotos)        Assim seriam as casas de Dalí, Picasso, Miró, Warhol e outros 23 artistas (fotos)

Assim seriam as casas de Dalí, Picasso, Miró, Warhol e outros 23 artistas (fotos)         Assim seriam as casas de Dalí, Picasso, Miró, Warhol e outros 23 artistas (fotos)

Assim seriam as casas de Dalí, Picasso, Miró, Warhol e outros 23 artistas (fotos)         Assim seriam as casas de Dalí, Picasso, Miró, Warhol e outros 23 artistas (fotos)

Assim seriam as casas de Dalí, Picasso, Miró, Warhol e outros 23 artistas (fotos)         Assim seriam as casas de Dalí, Picasso, Miró, Warhol e outros 23 artistas (fotos)