A Pátria esteve várias vezes em crise social, política e económica. Em 1890, mais uma crise leva ao Ultimatum imposto pelos ingleses. Finis Patriae, um violento ataque a Inglaterra, foi, então, escrito pelo poeta Guerra Junqueiro.
Abílio Manuel Guerra Junqueiro nasceu em Freixo de Espada à Cinta, no dia 17 de setembro de 1850. Poeta satírico, tradutor de contos de Hans Christian Andresen, crítico do Romantismo e da Igreja (que muito o criticou pela publicação de A velhice do Padre Eterno) foi um dos apoiantes da Revolução de 5 de outubro. Funcionário público, foi nomeado secretário do Governo Civil de Angra do Heroísmo, cargo que, mais tarde, desempenhará em Viana do Castelo. Sobre esta estadia, António Pimenta de Castro escreveu:
Foram tempos felizes, aqueles que Guerra Junqueiro
viveu na Princesa do Lima. Em Viana do Castelo, teve o que sempre pediu à
Vida: «casa com um berço, terra com água, verdura com pássaros, tudo a Vida generosamente me ofereceu.».
Aí encontrou o grande amor da sua vida, Filomena Augusta da Silva
Neves, a sua «Meninha», aí se casou, aí lhe nasceram as suas duas filhas
e aí escreveu grande parte da sua obra. Foi em Viana do Castelo, com o
meigo clima da capital do Alto Minho, onde se recompôs dos achaques do
corpo e da alma. Junto do Lima, do feiticeiro Lethes, o rio do
esquecimento da mitologia, inspirado pelas suas musas, esqueceu os
tempos maus e o seu estro encontrou o clima psicológico e mesmo físico,
propício à criação literária. Aqui, o egrégio Poeta sentiu-se feliz e
despreocupado, sendo, em Viana do Castelo, que nasceu a sua paixão pelas
antiguidades e pelo bricabraque, dando início à sua famosa e
monumental, colecção de obras de arte.
Dos tempos de Viana, como diz Pimenta de Castro nasceu a sua paixão pelas antiguidades, muitas das quais podem ser vistas em duas casas da Rua D. Hugo, no Porto - Casa-Museu Guerra Junqueiro e Museu da Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro.
Guerra Junqueiro foi um dos célebres Vencidos da Vida. Morreu em 1923 e encontra-se sepultado no Panteão Nacional.
Das suas obras, podemos ainda destacar - A Pátria, Oração ao Pão, Oração à luz, e colaboração em diversas revistas, como A ilustração portuguesa, Renascença, O Ocidente.
Minha avó trabalhou em Viana do Castelo para Guerra Junqueiro. Tinha gosto em falar nisso. Uma das referências dela sobre o poeta era que ele receava os relâmpagos e as trovoadas.
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