Quando se fala no 5 de outubro - Implantação da República - mesmo quando ainda era feriado, recorda-se sempre os homens que o fizeram, como já o referimos aqui. Um grupo de mulheres que lutaram pela mesma causa é um pouco esquecido e pouco divulgadas as suas participações.
Recorrendo ao livro Mulheres Portuguesas, de Irene Flunser Pimentel e Helena Pereira de Melo, transcrevemos:
À semelhanca de Ana de Castro Osório
participando em 1908 na fundação da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e integrando, a partir do ano seguinte, a sua direcção. O seu envolvimento foi tal que foi incumbida de, juntamente com Carolina Beatriz , de bordar em apenas vinte e quatro horas, as vinte bandeiras verde-rubras que foram hasteadas em 5 de Outubro de 1910.
(O que teria acontecido se algum dos homens implicados soubesse bordar???)
Uma das primeiras mulheres ... a intentar uma acção de divórcio com base na nova lei. é Clemência Dupin. (...)
Quando é proclamada a República, encontra-se em Espanha, no seu «importantíssimo estabelecimento fabril de Badajoz». e oferece em sua casa, «para solenizar o inolvidável facto», um «opíparo almoço» (...) Ou, como dizia um jornal da época: E, reunindo todos os seus operários, fez arvorar a bandeira da República no edifício da fábrica, e deu-lhes um lauto jantar, que decorreu na maior alegria e animação.»
Ainda ontem estive a explicar à minha filha que a primeira mulher a votar em Portugal foi Beatriz Ângelo que, soube interpretar e aproveitar a lei eleitoral.. mas teve de ir a Tribunal para fazer valer o seu direito. Cerca de um ano depois a lei foi retificada ao referir que apenas os chefes de família, do sexo masculino e letrados, maiores de 21 anos poderiam exercer a sua cidadania!
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