30/11/2014

FRASEANDO

  Winston Churchill com o inconfundível charuto, o chapéu de coco e o V de vitória que criou. Faria, hoje, anos.

30 de novembro 1874 / 24 de janeiro 1965


   Uma mentira dá a volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter tempo de se vestir.

  Sucesso não é o final, falhar não é fatal: é a coragem para continuar que conta.

  A sorte não existe. Aquilo a que chamais sorte é o cuidado com os pormenores.

  Não há mal nenhum em mudar de opinião. Contando que seja para melhor.

 Depois da batalha aérea da Normandia: Nunca, no campo do conflito humano, tantos deveram tanto a tão poucos.


29/11/2014

QUASE PERFEITO



Otar Imerlishvili [ The Girl with the Book ] 1970
                       
    Só o gato está a mais...

28/11/2014

APOSTROFITE AGUDA




  O apóstrofo tornou-se uma praga, uma epidemia. Passou a ser usado a torto e a direito para formar o... plural. Em que gramática de Português vem a regra de formação do plural com 's? Alguém, talvez distraído, começou a moda, que se propagou rapidamente nos jornais, na televisão e naquele santuário ... o facebook. Lamentamos, mas está ERRADO!
 Vamos lá voltar a explicar a regra, com ajuda do Ciberdúvidas:

aqui As siglas, como muito bem observa, não se pluralizam com s; pluralizam com o determinante: «os CD».

e aqui
  Quanto ao plural, embora se veja por aí indicado com com um apóstrofo e um S maiúsculo de tipo mais pequeno [SA´s (sociedades anónimas)] é uma grafia errada. Reparemos que, na maior parte das vezes, as siglas correspondem a nomes eles já no plural. Por exemplo:
Os CTT (os Correios, Telégrafos e Telefones)
Os EUA (os Estados Unidos de América)
As SA (as Sociedades Anónimas)
Logo: as CT (as Comissões de Trabalhadores, e não as "CT´s").

 RESUMINDO - Veja os DVD que lhe apetecer; ouça os CD de que mais gosta; esqueça os TPC; s. f. f., não esqueça esta regra. 

27/11/2014

OS DUMAS

24-7-1802 / 5-12-1870
17-7-1824/27-11-1897


  Os dois Alexandre, os dois escritores, os dois famosos, embora a obra do pai seja mais vasta e reconhecida.
    Quem não conhece as personagens D' Artagnan, Portos, Aramis, Conde de Monte Cristo, Margarida Gautier? Os três primeiros, os famosos Três Mosqueteiros, segue-se O Conde de Montecristo e a Margarida de A dama das camélias. Verdi tornou esta última ainda mais famosa quando, em 1853, se estreou a ópera La Traviata. 


   Na sua História da Leitura, Alberto Manguel conta que, em Cuba, nos finais do século XIX, nas fábricas de charutos, como o trabalho de enrolar as folhas de tabaco era muito monótono, os trabalhadores contrataram um lector que lhes lia. 
   O material para estas leituras, escolhido previamente pelos trabalhadores (...) ia desde panfletos políticos e livros de História até romances e colectâneas de poesia, tanto moderna como clássicas. Tinham os seus favoritos: "O conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, por exemplo, tornou-se numa escolha tão popular que um grupo de trabalhadores escreveu ao autor, pouco antes da morte deste, em 1870, pedindo-lhe autorização para dar o nome do herói do seu romance a um dos charutos. Dumas consentiu.

   Ainda hoje, são charutos muito apreciados


cinta de charutos Montecristo

26/11/2014

O INVENTOR DO MAR



  Richard Russell foi chamado «o inventor do mar», segundo o que escreveu Bill Bryson, Em casa: breve história da vida provada.
  Nascido a 26 de novembro de 1687, foi o primeiro médico que pôs a água do mar na moda. Os tratamentos que prescrevia incluíam banhos e a ingestão de água do mar. Recomendava a água de Brighton, onde construiu uma casa onde recebia os seus doentes.




25/11/2014

OURIÇOS RECICLADOS

Ouriços com materiais reciclados




  A professora de EMRC, Sandra Sarmento, contou com a colaboração dos alunos do 5º ano para a elaboração de ouriços-cacheiros. Estes trabalhos encontram-se já expostos no átrio da escola e poderão ser apreciados até ao final do período.
     A ideia para a criação destes trabalhos surgiu a partir da leitura da fábula dos ouriços, no âmbito da primeira unidade didática “O meu grupo”. “A moralidade desta narrativa de tradição oral realça a importância da convivência em grupo, um bom relacionamento não é aquele que une pessoas perfeitas, mas aquele em cada um aprende a conviver com os defeitos do outro e a valorizar as suas qualidades.” – explica a professora.

     Os alunos puseram as mãos à obra e, com muita imaginação, utilizaram materiais reciclados tais como pinhas, palitos, pruma, ouriços das castanhas, folhas de outono, entre outros.

UMA NOTÍCIA
Trabalho realizado na aula de Português pelos alunos do 6ºE




24/11/2014

POESIA E GEDEÃO

                           

   Na última 6ª feira, quem pôde assistir à palestra A leitura ilumina o cérebro, entre muitas coisas que reteve, para além de que 10 minutos diários de leitura feito por uma criança com dislexia fazem milagres, também ficou a saber que a poesia, pela sua musicalidade, permite estimular áreas cerebrais nos adultos que começam a envelhecer.
   
  Rómulo de Carvalho, nascido a 24 de novembro de 1906, foi, em 2006, no próprio dia do seu centésimo aniversário, homenageado na nossa Escola, com a presença da filha,  a escritora Cristina Carvalho, e do genro, que inauguraram uma exposição bio-bibliográfica e falaram sobre o Homem, o Professor, o Cientista, o Poeta.



  Hoje, queremos homenageá-lo como poeta, com o pseudónimo de António Gedeão, com o poema Impressão digital

                  Os meus olhos são uns olhos.
                  E é com esses olhos uns
                  que eu vejo no mundo escolhos
                  onde outros, com outros olhos,
                  não vêem escolhos nenhuns.

                  Quem diz escolhos diz flores.
                  De tudo o mesmo se diz.
                  Onde uns vêem luto e dores
                  uns descobrem cores
                  do mais formoso matiz.

                  Nas ruas ou nas estradas
                  onde passa tanta gente,
                  uns vêem pedras pisadas,
                  mas outros, gnomos, e fadas
                  num halo resplandecente.

                  Inútil seguir vizinhos,
                 querer ser depois ou ser antes.
                 Cada um é seus caminhos.
                 Onde Sancho vê moinhos
                 D. Quixote vê gigantes.

                 Vê moinhos? São moinhos.
                 Vê gigantes? São gigantes.

   
     Para além dos poemas e de obras científicas, sugerimos que requisitem na BE a autobiografia Memórias e As origens de Portugal: História contada a uma criança, que escreveu para o filho mais velho.


22/11/2014

JFK

29 de maio 1917 - 22 novembro de 1963
 Sobre John Fitzgerald Kennedy muito tem sido dito e irá continuar a ser. A sua morte continua a estar coberta de mistérios e de suposições. Assim, resolvemos apenas transcrever algumas frases da biografia Uma vida inacabada, de Robert Dallek.

  Quando se dirigiam para um centro comercial, numa acção de campanha, Peter Lisagor perguntou-lhe: "Gosta destas multidões e disto? Kennedy voltou-se e disse: "Detesto". Mas, no momento em que saiu do carro, ele sorriu. Deu autógrafos nas sacas das compras das senhoras que se lhe dirigiram... E continuou a sorrir como se fosse uma coisa a que estava habituado e que adorasse fazer." 

  E Jackie se alguém quiser dar-me um tiro de uma janela, ninguém o poderá impedir, por isso, para quê preocupar-nos? (véspera do assassinato)

   Neste mesmo livro, é interessante tomarmos conhecimento de todas as doenças de que padecia e que eram escondidas de todos, assim como a quantidade de medicamentos que tomava e que lhe iam provocar novos problemas. A mala dos medicamentos era o objeto mais vigiado de toda a bagagem e era guardado sempre à vista pelo médico particular. Muito poucos, mesmo dentro dos serviços secretos, conheciam o seu verdadeiro estado clínico.

    Sobre Jacqueline, um agente secreto confidenciou ao jornalista Seymour Hersh: Tenho pena de Jackie. Está, na verdade, muito sozinha. Parece triste - apenas uma senhora triste.

21/11/2014

A LEITURA ILUMINA O CÉREBRO

 CONVITE
ESTA NOITE, FAZ-SE LUZ…




                  A LEITURA ILUMINA O CÉREBRO
                                 
                                 HOJE, às 21.30h
                                 Drª. Élia Baeta (Neurologista)

                                                 
                                        BE MONTE DA OLA





20/11/2014

MADALENAS E O TEMPO



   Muitos anos fazia que, de Combray, tudo quanto não fosse o teatro e o drama do meu deitar não mais existia para mim, quando, por um dia de inverno, ao voltar para casa, vendo minha mãe que eu tinha frio, ofereceu-me chá, coisa que era contra meus hábitos. A princípio recusei, mas, não sei por que, terminei aceitando Ela mandou buscar um desses bolinhos pequenos e cheios chamados madalenas e que parecem moldados na valva estriada de uma concha de São Tiago. Em breve, maquinalmente, acabrunhado com aquele triste dia e a perspectiva de mais um dia sombrio como o primeiro, levei aos lábios uma colherada de chá onde deixara amolecer um pedaço de madalena. Mas no mesmo instante em que aquele gole, de envolta com as migalhas do bolo, tocou meu paladar, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário em mim.
(…)

  E mal reconheci o gosto do pedaço de madalena molhado em chá que minha tia me dava (embora ainda não soubesse, e tivesse de deixar para muito mais tarde tal averiguação, por que motivo aquela lembrança me tornava tão feliz), eis que a velha casa cinzenta, de fachada para a rua, onde estava seu quarto, veio aplicar-me, como um cenário de teatro, ao pequeno pavilhão que dava para o jardim e que fora construído para meus pais aos fundos da mesma (esse truncado trecho da casa que era só o que eu recordava até então); e, com a casa, a cidade toda, desde a manhã à noite, por qualquer tempo, a praça para onde me mandavam antes do almoço, as ruas por onde eu passava e as estradas que seguíamos quando fazia bom tempo. 

Malagueta

   E esta recordação da madalena que comia em casa da tia vai levar-nos a uma imensa obra, considerada por muitos críticos como a obra-prima do século XX, cheia de encanto, de personagens fascinantes, em sete volumes... À procura do tempo perdido.
  
  Marcel Proust nasceu a 10 de julho de 1871 e morreu a 18 de novembro de 1922.

19/11/2014

AVE-MARIAS





  Franz Schubert nasceu em 1797, na Áustria e morreu a 19 de novembro de 1828.  
  Apesar de uma curtíssima vida, o compositor criou inúmeras obras que se tornaram famosas apenas depois da sua morte. O Quinteto para piano em lá - A truta, os Lieder A sinfonia incompleta são algumas das composições bem conhecidas deste músico. Mas nenhuma consegue ultrapassar aquela que compôs a partir de um poema de Walter Scott, Eillens dritter Gesang, depois cantado em latim - Ave Maria. Quando se ouve, pode não se saber o nome do autor, mas todos a reconhecem aos primeiros acordes.
   Maravilhem-se com esta versão,

                               

ou com esta de Bach/Gounod

                                  

18/11/2014

ONDA PINA

 
onda pina.PNG


   Manuel António Pina faria hoje 71 anos. Vamos recordá-lo.

     It's all right, ma...

     Está tudo bem, mãe,
     estou só a esvair-me em sangue,
     o sangue vai e vem,
     tenho muito sangue.

     Não tenho é paciência,
     nem tempo que baste
     (nem espaço), deixaste-me
     pouco tempo para tanta existência.

     Lembranças a menos
     faziam-me bem,
     e esquecimento também
     e sangue e água a menos.

     Teria cicatrizado
     a ferida do lado,
     e eu ressuscitado
     pelo lado de dentro.

      Que é o lado
      por onde estou pregado,
      sem mandamento
      e sem sofrimento.

      Nas tuas mãos 
      entrego o meu espírito,
      seja feita a tua vontade,
      e por aí adiante.

      Que não se perturbe
      nem intimide
      o teu coração,
      estou só a morrer em vão.

  O mesmo título por Bob Dylan:

                                      

17/11/2014

MAFRA, BALTASAR, BLIMUNDA E OS OUTROS

  


O Convento de Mafra foi mandado edificar por D. João V, como paga de uma promessa - o nascimento de um herdeiro. Segundo se sabe, a sua construção iniciou-se a 17 de novembro de 1717. 
 Sobre a sua construção, podemos socorrer-nos de Baltasar, Blimunda, Padre Bartolomeu de Gusmão e, principalmente, de José Saramago, como lemos no excerto de Memorial do convento:

Terra solta, pedrisco, calhau que a pólvora ou o alvião arrancaram ao pedernal profundo, esse pouco o transportam por mão de homem os carrinhos, enchendo o vale com pó que se vai arrasando do monte ou extraindo dos novos caboucos. Para o entulho de maior porte e arrastado peso andam os carros grandes, chapeados de ferro, que os bois e as bestas puxam sem mais pausa que carregar e descarregar. Aos andaimes, pelas travejadas rampas de madeira, sobem homens as pedras suspensas do jugo que sobre os ombros e a nuca lhes assenta, para sempre seja louvado quem inventou o chinguiço, alguém a quem lhe doía. São trabalhos já ditos, que mais facilmente se recapitulam por serem de força bruta, porém, é causa da sua reiteração não consentir que esqueçamos o que, por tão comum é de tão mínima arte, se costuma olhar sem mais consideração que distraidamente vermos os nossos próprios dedos escrevendo, assim de um modo e outro ficando oculto aquele que faz sob aquilo que é feito. Muito melhor veríamos, e muito mais, se olhássemos de alto, por exemplo, pairando na máquina voadora sobre este lugar de Mafra, o passeado monte, o conhecido vale, a Ilha da Madeira que as estações escureceram de chuva e sol, e alguns tabuados apodrecem já, não há melhor miradouro que este onde estamos, não faríamos ideia da grandeza da obra se o padre Bartolomeu Lourenço não tivesse inventado a passarola, a nós nos sustentam no ar as vontades que Blimunda juntou dentro das esferas de metal, lá em baixo outras vontades andam, presas ao globo terra pela lei da gravidade e da necessidade, se pudéssemos contar os carros que se movem por estes caminhos de ir e voltar, próximos ou mais longe, chegaríamos aos dois mil e quinhentos, vistos daqui parece que estão parados, é por ser tão pesada a carga. Mas os homens, se os quisermos ver, tem de ser de mais perto.

  Muito mais há a descobrir - Scarlatti, os carrilhões, a biblioteca, os morcegos, Ludwig, os mitos das caves, o Terramoto, todo um mundo a descobrir numa visita merecida.



16/11/2014

DEMASIADOS LIVROS?


 Pedro Mexia, no Encontro das Escolas aLeR+, deu à sua intervenção o título Demasiados livros? Falou sobre os livros que compra, os livros que se publicam, referiu livros que falam de livros, o espaço que os livros ocupam numa casa,  a opinião que algumas pessoas têm sobre os livro e expressou o prazer que eles lhe proporcionam.
  Também sobre livros, ontem, no Público com o título Vale a pena lermos livros novos?, José Pacheco Pereira expõe a sua teoria de que, como não temos tempo de ler todos os livros, não vale a pena perder tempo a ler livros "novos". Neste artigo, como já dissera uma outra vez, Pacheco Pereira afirma que, por regra, não lia nada que não tivesse aguentado dez, quinze anos, de "necessidade de leitura"  e termina: E por isso escolho não ler, por regra, livros novos, o que significa que sou um ignorante muito especial.
 Com a quantidade de livros que são publicados diariamente, é mesmo necessário ser seletivo, mas não convém selecionar tanto que não se vá ler nenhum...
 Alguma vez os livros serão demasiados?
  Pode aqui ler todo o artigo.

15/11/2014

DAS TREVAS À LUZ

  Para a comemoração dos 25 anos da queda do Muro de Berlim, no mesmo lugar da sua construção, instalaram-se milhares de balões que foram iluminados e lançados.


Vista áerea

  Fez-se luz. Mas é muito fácil voltar-se às trevas. Temos de estar atentos.

14/11/2014

A LUZ EM MONET

  As flores e as pontes, da época em que viveu em Giverny, o mar e a luz de Claude Monet, pintor impressionista, nascido a 14 de novembro de 1840.

Lírios de água, 1906

Lírios e a ponte japonesa, 1897-99
Rochedos em Amont, 1885
Campo na Primavera,1887


O nascer do sol, 1872

13/11/2014

aLeR+

  No passado dia 7, na Torre do Tombo, realizou-se o V Encontro de Escolas aLeR+. Este ano, a BE foi convidada a apresentar um projeto no painel Boas práticas de Escolas aLeR+, como se pode ver pela consulta do programa. Este convite surge na sequência de duas visitas à BE, em dezembro de 2013 e em maio deste ano, das responsáveis pelas escolas aLeR+, com a finalidade de verificarem o trabalho realizado no âmbito deste projeto.
  Nessa apresentação, fez-se uma súmula do Projecto Leituras, com a projeção de algumas das atividades mais significativas, até chegarmos ao Faz-se luz...
  Todos os que têm vindo a trabalhar neste projeto, e os que já se inscreveram para o que agora está implementado, estão de parabéns. As reações foram muito positivas, tendo duas escolas entrado em contacto com a BE e pedido que lhes fossem facilitadas algumas das sugestões apresentadas.
  É sempre muito bom ver o nosso trabalho reconhecido!


12/11/2014

LUZ

   A origem da LUZ, segundo uma lenda da Amazónia

  Era o princípio das coisas e as trevas dominavam a terra porque uma gigantesca árvore insistia em encobrir o sol. O Macaco nocturno subia diariamente a uma outra árvore cujos frutos se haviam tornado a sua refeição predilecta. Cada vez que subia a esta árvore, aproveitava para urinar de pé, o que provocava sempre um grande e luminoso clarãoUm dia, o Macaco resolveu bombardear a copa da árvore gigante com as cascas dos frutos, trespassando-a por mil vezes. Destes orifícios nasceram as estrelas. Crendo que por cima da árvore reinava o dia, o macaco pediu às formigas e às térmitas que o ajudassem a cortar o tronco. Porém, a árvore ficou suspensa sobre o chão. O Esquilo acabou então por descobrir que era um Preguiça que a segurava no céu. Resolveu atirar-lhe formigas aos olhos e o Preguiça acabou por abrir as mãos e deixar cair a árvore. Desde então fez-se dia, dissipou-se o breu e as criaturas puderam viver normalmente.


11/11/2014

PAPOILAS

  Para comemorar o fim da I Guerra, como se sabe, os Ingleses colocam na lapela uma papoila que simboliza os mortos desse conflito. Desde 1921 que, baseado num poema de John McCrae - Nos campos da Flandres - as papoilas são compradas, revertendo esse dinheiro para ajuda aos antigos combatentes.
   Este ano, no início das comemorações do centenário,  Paul Cummins criou 888.246 papoilas de cerâmica, uma por cada britânico morto, que foram colocadas junto da Torre de Londres. A sua colocação só foi possível graças ao extraordinário espírito de voluntariado que os britânicos têm - 8 000  voluntários ajudaram a "plantá-las".



   Todos os dias, desde julho, no final da tarde, as pessoas reunem-se junto do 'campo de papoilas' e ouvem o nome de 180 militares mortos seguido do toque de recolher. Depois do Dia do Armistício, hoje, as papoilas serão levadas pelos que as compraram, a 25 £ cada uma.
   Muitos londrinos preferiam que as flores ficassem sempre naquele espaço, mas Cummins diz que esta existência temporária simboliza a efemeridade das nossas vidas.



09/11/2014

O MURO


  Em Maio de 1945, Winston Churchill, num telegrama para o presidente americano, Harry S. Truman, utiliza pela primeira vez a expressão cortina de ferro, em sentido metafórico, não imaginando o que viria a acontecer, anos depois. 



     Na madrugada de 13 de Agosto de 1961, os soviéticos, que ocupavam a parte oriental de Berlim, iniciaram a construção do que viria a ser conhecido por MURO DE BERLIM. Com 66,5 Km de extensão, 302 torres de observação, 127 redes eletrificadas e 255 pistas de corrida para cães de guarda. As ordens eram para atirar a matar quem tentasse passar para o lado ocidental.
   Berlim, as famílias, as casas ficaram divididas, apenas havendo 

um ponto de ligação, que tantas vezes apareceu nos filmes de espionagem, Checkpoint Charlie.


   John Kennedy, em 26 de Junho de 1963, numa visita à Alemanha, neste local, proferiu um discurso que fez História, terminando: Todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim, e, assim, como homem livre, tenho muito orgulho em dizer: Ich bin ein Berliner (Sou um Berlinense.).
    A 9 de novembro de 1989, finalmente, e depois de dezenas de mortes, o MURO começou a ser derrubado. Mstislav Rostropovich, violoncelista russo exilado, deu um concerto memorável - a suite para violoncelo, nº 2, de Bach.


                         

  Para se entender melhor o que se passou naqueles dias, o filme Good-bye Lenin é um bom retrato. A BE tem.

08/11/2014

0 8 E FERNANDO PESSOA

 A simbologia dos números é um campo rico e vastíssimo. Mais um acaso, mais uma leitura, mais uma procura, conduziu-nos a um artigo do jornal Sol, a uma publicidade a uma nova caneta de coleção. Nada de especial, se essa caneta não tivesse ligada ao nome de Fernando Pessoa e ao número 8.
     
  Publicidade à parte, a notícia interessou-nos pela sua curiosidade
   Fernando Pessoa nasceu a 13 de Junho de 1888 e o nome Fernando tem 8 letras. Segundo o jornal, o poeta 

...determinou para o seu 'Dia Triunfal' (em que terá criado os heterónimos Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Alberto Caeiro) a data de 8 de Março de 1914. Já o livro Mensagem é composto por 44 poemas (4+4=8) e a palavra tem oito letras. Este mesmo livro é dividido em três partes e pretende anunciar o V Império (3+5=8), uma época de união e paz universais, liderada pela língua e cultura portuguesas.

...na biblioteca particular de Fernando Pessoa estão representadas oito línguas: espanhol, francês, galego, grego, inglês, italiano, latim e português.

 Serão postas à venda 888 canetas com um preço muito interessante, também ele com 8... A caneta de tinta permanente custa 898 € e a roller, 648 €. 
  Um bom poeta Faz luz nas nossas cabeças, com a sua Mensagem, e ainda Faz luz nos publicitários, ajudando-os a vender.

(Sabemos que não estão à venda na nossa Papelaria...)